sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Memórias de um doble chapa XIV



O EXÍLIO

Três irmãs de minha mãe moravam no URUGUAI, a que morava em Montevidéu capital, era minha madrinha, sempre insistia com minha mãe para que eu fosse morar com ela e estudar,. Minha mãe relutava, mas como era tanta a insistência ela permitiu, afinal era sua terra natal e eu ia estudar lá e aprender o idioma. Lembro que no dia da partida meu pai ficou chorando. E lá fui eu de ônibus até Livramento onde pousamos. Custei a dormir nunca tinha ouvido milhares de cães a latirem ao mesmo tempo. Acordei de madrugada ouvindo o canto de milhares de galos. Nas cidades do interior, quase todos moradores eram camponeses que tinham vindo morar na cidade e mantinham o hábito de criar galinhas. Eu achava tudo muito estranho, não conhecia cidade alguma. Partimos de RIVERA no URUGUAI de trem até MONTEVIDÉU. Um dia inteiro de Maria Fumaça, também nunca tinha viajado na cuja. Fiquei maravilhado vendo os campos do Uruguai, imensas pradarias, rebanhos de gado do mesmo pelo, de vacas holandesas. Desci na estação da capital um pavilhão gigantesco de ferro e telhado de vidro, como se fosse uma galinha transportada em um saco e solta entornando-se o saco. Mais agitado do que caturrita em mudança. Ali comecei uma jornada de quatro anos. Fui matriculado no colégio, nos primeiros dias todos vinham me olhar como se eu fosse um filhote de uma espécie rara em extinção. Afinal havia um (brasilerito nel colêgio). Mas com uma mente infantil zerada, aprendi o idioma em um ano e até com sotaque dos Castilhos. Mas o apelido ficou (El brasilero) por ironia, ao retornar ao Brasil ganhei o apelido de Castelhano, pois voltei falando espanhol, até hoje vez por outra se lembram de me chamar assim.


Na próxima sexta-feira, segue mais recordações de um doble chapa.


                                                             Escrito por Nelcy Cordeiro



15 comentários:

  1. É bom recordarmos!
    Avivamos nossa memória e sorrimos...ou choramos...com as lembranças!!!
    Bj amigo

    ResponderExcluir
  2. Recordar é trazer o pasado para perto da gente...querida,feliz final de semana,beijinhos

    ResponderExcluir
  3. Minha querida
    Obrigada por trazer estes textos maravilhosos.
    Bom fim de semana.
    Um beijinho
    Beatriz

    ResponderExcluir
  4. Ótimas recordações!
    Beijos Anajá, bom final de semana.

    ResponderExcluir
  5. Há, como é bom recordar tempos assim... também gosto.
    Acredito que quando recordamos voltamos no tempo e as vezes chegamos a sentir o cheiro... kkkkk.
    Estarei ansiosa para ler mais.
    Amo estar aqui com vc.
    Beijos querida!!

    ResponderExcluir
  6. Mais um maravilhoso capítulo deste relato histórico.

    Beijinhos.

    ResponderExcluir
  7. Oi querida, gostei muito do post, muito bom!
    Beijos e tenha uma ótima semana!

    ResponderExcluir
  8. anaja querida11 .. BUENO RECORDAR tiempos asi ,,muchas añoramzas.que tenga un lindo fin de semana
    beso

    ResponderExcluir
  9. Oie!

    Post bem bacana...

    Muito bom recordar esse tempos...

    Fique com Deus...

    Beijokaaaassss...

    ResponderExcluir
  10. Anajá querida,
    Ótimas recordações!Como dizia a minha avó,tempos bons que não
    voltam mais.Uma maravilhosa semana,fique com Deus.
    Beijos

    ResponderExcluir
  11. As lembranças fazem parte da nossa história, beijo Lisette,

    ResponderExcluir
  12. Oi Anajá, através das memórias de Nelcy Cordeiro, podemos entender as oportunidades que alguns camponeses tiveram de estudar e aprender outro idioma, é fascinante conhecer. Agradeço, abraços carinhosos
    Maria Teresa

    ResponderExcluir
  13. Oiiii



    que texto legal... adorei a leitura!!



    bjinho
    www.enquanto-isso.com

    ResponderExcluir
  14. Olá!
    Passei para ler e deixar
    Saudações Poéticas!

    ResponderExcluir
  15. Boa semana, Anajá.
    Com muitas memórias a acompanhar

    ResponderExcluir

Obrigada pela carinhosa visita. Tenha um ótimo dia.