Mi MADRE
Minha Mãe! Eu sou suspeito para elogia-la. Ela era muito especial. Não era do tipo de ficar lambendo a cria, meu queridinho, meu amorzinho, pois era uma camponesa trabalhadora. Seu amor não era coisa de toque mas de senti-lo em nossa alma, pela sua solicitude, pela sua preocupação com o nosso bem estar. Papai as vezes sumia em função de suas atribuições na policia rural, investigações, incursões, etc. No início não tínhamos eucaliptos em casa para fazer madeira para manutenção de cercas e fazer lenha. Lembro-me que um vizinho nos cedia um mato de eucaliptos para abastecer-nos de lenha. Mamãe juntava a filharada pegava um machado e cortava os galhos secos, amarrávamos e prendíamos na chincha da égua marchadeira arrastando até nossa casa. A Mãe, se o pai não se encontrava, ela plantava, arava a terra, capinava de enxada, cortava lenha para o fogão a machado, era uma guerreira. Não me lembro de tê-la visto ir a uma diversão, nem a um baile, porque não tinha roupa adequada. Papai é que levava as filhas nos bailes. Quando nos levava na propriedade da comadre Estefânia para comermos pitanga, parecia uma galinha com seus pintinhos. Mas era nossa diversão máxima comer pitanga no mato, mamãe comia poucas, ficava o tempo todo colhendo para levar e fazer seu licor para as visitas. Visitava muito nossa tia Albertina (Bita) que era sua irmã e terminou de se criar em sua casa em função da orfandade, o marido de tia Bita era primo de papai por isso esses primos eram como irmãos. Pertinho da casa da tia Bita morava a tia Mindoca, irmã de papai, sempre sorridente sabia agradar uma criança, na outra extremidade que era o pequeno campo da vovó Celina morava a tia Felizarda esposa do tio Oriovaldo irmão de papai. As três casas reuniam um bando enorme de primos pois as famílias eram todas numerosas. Os demais primos praticamente não os conhecia pois moravam longe. Quando mamãe os visitava ia de charrete com as filhas e nos garotos tínhamos de ficar em casa, pois não havia lugar na charrete. Minha irmã mais velha Francisca (Chica) estudava no colégio interno de freiras o que custava caro para papai, quando ela terminou foi a mais moça: Francelina (França). A Irmã do meio Eny (Negra) fez um curso de costureira. Mamãe fazia doce em um tacho de cobre no fogo de chão. Certa feita em nosso cercado (roça) colheu-se uma quantia enorme de melancias, ela teve a ideia de fazer melado, cada 20 litros de caldo de melancia transformava-se em evaporando-se transformava-se em 2 litros de melado. Mas era bom! Como dizia um amigo: - bom como dinheiro achado dia de chuva dentro de um saquinho plástico. Agora se escandalizem! Dia de marcação era uma festa! Marcavam-se os terneiros com uma marca quente de ferro em Brasa. Era e é um instrumento de identificação do proprietário do animal. Junto com um sinal na orelha feito a faca, esse sinal também servia de identificação. Os terneiros machos ainda sofriam mais pois eram castrados. Os testículos eram jogados na fogueira onde se aquecia a marca, depois jogados em um recipiente com salmoura e a seguir degustados. Mamãe fazia uma tortilha com rodelas do ditos cujos, ela não comia, mas nós nos fartávamos. Por que o espanto? Comer testículos bovinos assados na brasa é um costume tradicional nas pradarias do sul do Brasil...
Na próxima sexta-feira, segue mais recordações de um doble chapa.
Escrito por Nelcy Cordeiro
Até a próxima se Deus quiser...
Anajá Schmitz
Minha mãe também era assim mais de fazer do que de mimar, mas hoje entendo perfeitamente os motivos dela.
ResponderExcluirBjinhos ♥
http://sarranheira.blogspot.pt/
Uma história de vida, fantástica!
ResponderExcluirAs fotos estão magníficas.
Beijinhos.
EU ME LEMBRO QUE UM DOS MEUS TRABALHOS ERA BUSCAR LENHA NUMA PLANTAÇÃO DE EUCALIPTOS,E COMO EU GOSTAVA DISSO POIS ERA UM DOS MOMENTOS QUE FICAVA SOZINHA SÓ OUVINDO O CANTO DOS PASSARINHOS E OS MEUS PASSOS QUE ESTRALAVAM NOS GALHOS SECOS.E MINHA MENTE VIAJAVA PRA LONGE,TEMPO MUITO BOM.
ResponderExcluirAo ler o seu doble chapa V a minha memória recuou no tempo em que eu e o meu irmão do meio, íamos buscar lenha para a minha mãe cozinhar no forno a lenha, fazer bolos, broas e biscoitos para vender. Era disso que ela tirava o sustento da casa. O forno ainda existe mas raramente é usado. É bom nos lembrarmos das nossas origens e ter orgulho delas.
ResponderExcluirBom fim de semana.
Que buena historia,que vida tan dura la del campo!
ResponderExcluirBesos de las dos
Ô dó dos terneiros, marcar com ferro em brasa. Acho cruel, dói demais....
ResponderExcluirHoje estou passando para agradecer
ResponderExcluirsua amizade, desejar sempre o melhor
pra vc, e fazer um convite para
participar do sorteio que vou fazer
pelo niver do meu Blog, são 3 anos
de muita alegria, venha festejar comigo....
Abraços de bom final de semana
Bjusss
(¯`´¯)
`*.¸.*´
¸.•´Rita
Inajá sou seguidora e todos os dias passo aqui pra uma visitinha, e sempre saio feliz com suas postagens que nos enriquece com os detalhes do seu cotidiano, eu nasci no Nordeste, e fui ainda jovem pra São Paulo vivi lá até os meus 38 anos e vim pra Minas Gerais que amo tanto como se fosse minha terra, tenho 50 anos, e é muito gostoso poder ver nosso país tanta diversidade. Você nos faz conhecer os costumes de sua terra. Obrigada e Um fim de Semana abençoado, com Carinho. Gerúcia (Gê)
ResponderExcluirAdoro ler suas postagens... Viajo
ResponderExcluirHola Anaja querida !! Que gran elogio para su madre y toda esa vida de campo ..Que tengas un óptimo comenzó de semana
ResponderExcluirBesos
Boa semana, Anajá.
ResponderExcluirE vou conhecendo melhor alguns costumes brasileiros que não conhecia.
Ô dona menina! kkkk
ResponderExcluirComer testículos de boi é tradição também no nordeste, viu? kkkk
Aqui e em especial na Bahia comemos cozido ou de moqueca (com dendê) com camarão seco, ai que delícia! kkkkkkkkkkk
Raramente por aqui se come assado.
Testículos de boi aqui é um prato bem apreciado principalmente nos finais de semanas, para comprar tem que encomendar devido a grande procura.
Ei moça, sua genitora era o ouro da babilônia, mãezona reatada ne não? kkkk
Porreta!
O Sibarita
que lindo lugar bjus
ResponderExcluirAs recordações nos trouxeram até aqui e no agora outras se vão construindo.
ResponderExcluirUma vida em cheio.
Beijinhos
Anajá querida,
ResponderExcluirAntigamente as histórias eram de grandes sabedorias,bela postagem!Uma ótima
e abençoada semana,fique com Deus.
Grande beijo
Lindo texto e fiquei encantada com as fotos! Apesar de morar em uma cidade de praia, o que me encanta mesmo é o cheirinho de mato do interior!!!
ResponderExcluirHoje vim conhecer seu blog e adorei, com certeza vou vir te visitar sempre!!
Se quiser visitar meu cantinho, será muito bem-vinda! Beijos e linda semana pra ti! =)
http://deliciasdavodeo.blogspot.com.br/
www.facebook.com/ReceitasdoBlogDeliciasdaVoDeo
Amiga, hoje eu fiz um almoço pensando muito em vocês, mas não vou contar agora o que foi, só quando eu postar kkkkkkk
ResponderExcluirAdoro quando vc posta essas memórias...
Bjsssss p/toda família
Oi, Anajá, eu andoo sumida então não sabia dessa sua parceria na publicação de textos. Gostei muito do que li. Gosto muito de memórias, principalmente quando se sente a verdade delas!
ResponderExcluirAgora vou dar mais uma olhada pelo que vc andou postando aqui...
Abraço e uma linda semana pra vc!
Querida Anajá
ResponderExcluirO senhor Cordeiro tem muito bons sentimentos:Tem muito amor pela mãe e pelo pai e recorda-os com gratidão.Isso muito me emocionou...
A marcação do gado é algo que me apoquenta,pois não consigo ver um bichinho a sofrer.
Um beijinho
Beatriz