Estamos na semana Farroupilha, nesta época, tentamos reviver os costume do homem do campo. Para comemorar este 20 de setembro, segue a lenda muito conhecida aqui no sul. Eu só uma daquelas que quando perco algo peço ao negrinho do pastoreiro para me ajudar achar e depois acendo um toco de vela, bah estou em divida com ele há muitos anos.
Negrinho do pastoreio é uma lenda do folclore popular brasileiro que conta a história de um garoto escravo que passa por maus tratos e morre em um formigueiro.
Segundo a lenda, há muito tempo, no Rio Grande do Sul, havia um fazendeiro muito rico, que tinha muita maldade no coração. O negrinho do pastoreio era escravo desse fazendeiro. O fazendeiro dava muito trabalho para o Negrinho que era mal alimentado. O garoto dizia que sua madrinha, Nossa Senhora, aparecia para ajudá-lo.
Um dia o patrão apostou uma corrida a cavalo com um vizinho que dizia possuir um cavalo mais rápido. Mandaram o negrinho treinar e montar o famoso baio.
Depois das apostas feitas, iniciou-se a corrida. Os cavalos permaneceram juntos em grande parte do percurso. Negrinho sabia o que seria surrado se não vencesse.
Aos poucos tomou a frente e quase não havia dúvida da vitória. Mas algo assustou o cavalo, que empinou e quase derrubou Negrinho. Foi o suficiente para que o adversário ultrapassasse e ganhasse a corrida. O fazendeiro, furioso, teve de cobrir as apostas.
Ao retornarem à fazenda, o Negrinho teve pressa para guardar o cavalo, mas o fazendeiro disse que teria um castigo: o negrinho ficaria trinta dias e trinta noites com o cavalo perdedor no pasto e cuidaria de outros 30 cavalos. Não bastando isso, o fazendeiro lhe deu trinta chibatadas.
Dias depois, Negrinho resolveu rezar para a Nossa Senhora e adormeceu.
Os cavalos soltaram-se. Negrinho acordou assustado, e quando percebeu a fuga dos cavalos, sentou-se e chorou.
O filho do fazendeiro estava perto, e vendo tudo, por maldade foi contar ao pai a respeito da fuga. O fazendeiro mandou outros escravos buscarem o garoto.
O menino até tentou explicar para o fazendeiro, mas de nada adiantou.
Ele foi amarrado no tronco e açoitado pelo patrão. Após a surra o fazendeiro mandou-o procurar os cavalos.
Negrinho achou os cavalos e amarrou-os, e deitou-se no chão para descansar. O filho do fazendeiro, vendo isso, fez uma nova maldade: soltou os cavalos e depois, correu novamente até o pai e contou que o Negrinho tinha achado os cavalos, mas deixou-os fugir.
O patrão o amarrou pelos pulsos e bateu nele mais que nunca. Negrinho rezou para Nossa Senhora e desmaiou de dor. Achando que o havia matado, o senhor não soube o que fazer com o corpo e avistando um enorme formigueiro, jogou-o lá.
No outro dia o fazendeiro, curioso para ver o corpo do menino, foi até o formigueiro. Viu-o em pé, sorrindo ao lado de Nossa Senhora. Em volta dele estavam os cavalos perdidos. O garoto montou um deles e partiu com trinta cavalos atrás.
Ate hoje em alguns lugares do país, quando as pessoas perdem algo acendem uma vela para o Negrinho do pastoreio, acreditando que o garoto vai ajudar a achar o objeto perdido.