Ontem assistimos um programa sobre solidão, não é a minha cidade Solidão, pois lá reina alegria e grandes amizades. Era sobre estar só. Os velhos morando sozinho. Sem família e sem amigos. E com isso lembrei minha mãe. Algumas tardes do mês, ela fazia a ronda pela vizinhança. Visitava uma amiga ou um parente e junto sempre levava algum presentinho. Naquele tempo os presentes era uma cozinhada de feijão, uma linguiça feita na ultima matança do porco ou alguma coisa que nós produzíamos em casa. Lá ficavam, tomando chimarrão e colocando o papo em dia. Em toda casa tinha coisas gostosas para receber as visitas. Para nós crianças, era uma festa, poder comer doces e brincar a vontade. Eu não visito ninguém. É uma vergonha, nunca tenho tempo. Com isso agente não cria laços afetivos para uma velhice com muitos amigos. Outro dia, uma vizinha reclamou com Alfredo que eu nunca tinha ido na casa deles, nestes 20 anos que moramos aqui. Me enchi de coragem e lá fui. Tenho vergonha de chegar assim na casa dos outros. Foi tão legal! Conheci a casa deles e voltei cheia de mudas de chá e flores. Na outra semana a vizinha foi lá em casa pagar a visita e assim começa meu projeto.
Até a próxima se Deus quiser...
Anajá Schmitz