quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Carne frita e muita história ...


A vida de nós gaúcho é muito diferente do resto do país. Começando pela alimentação. Nossa comida campeira é muito calórica e tem como base muita carne. Se não tiver carne eu não sei cozinhar. 
Outra diferença é o nosso palavreado. Eu não vejo muita diferença, mas quando viajamos não consigo entender a tamanha estranheza que as pessoas veem em nosso jeito de nos comunicar. Dizem que falamos cantado. Mas a unica diferença que noto e o volume. Gaúcho não fala, grita. Aqui em casa quando nos juntamos, todos falam ao mesmo tempo. Quem vê de fora se assusta. Pensa que a peleia está formada. Antigamente, todo morador do interior mandava seus filhos para cidade para estudar. Quando chegávamos em casa, agente queria se aparecer e falar como gente da cidade. Ai vinha as gírias. Até hoje rende muitas risadas, de grosso falando moderno. Ai surgiu os cola fina, acredito que seja os chiques. Mas na época para mim era um insulto. 
As gírias Gaúchas são criadas com intuito de fazer humor, segredo, facilitar o entendimento ou até mesmo distinguir um grupo dos demais. Aqui temos diversas gírias Gaúchas que você já deve ter ouvido no dia-a-dia e pode ter ficado com dúvida sobre o significado de alguma delas.

Guri – Menino
Naco – Pedaço
De cara – Chocado
Tchê – Surpresa
Taita – Destemido
Baia – Casa
Baita – Grande
De canto – Discretamente
Mas na minha terra, Solidão,  era diferente. Agente falava querendo parecer chique, algumas palavras sofriam uma perdas de letras no caminho. Ou então na banzidade do falante se criava outra palavra:

Banzo - tonto, boca aberta;
Floreado _ quer dizer que ficou com vergonha;
Bagual _ quando a coisa é fenomenal;
Charresma caneleira - reto escavadeira ( essa palavra me traz saudosa recordação, pois o nosso segundo pai, Mento, que falava sempre, ele criou outra palavra para definir a palavra correta)
China  ou chinoca- esposa, namorada;
Prenda - modo carinhoso de chamar a esposa;
Faceiro - contente;
Inticar - irritar;
Juntar os trapos - casar;
Lagartiá ou lagartear -  ficar ao sol no dias de inverno;
Lamber a cria  - mimar o filho;
Manotaço - sujeito sair dando murro;
Matear - Tomar chimarrão.
Me caiu os butiás do bolso - Ficar chocado, decepcionado, surpreso.
Minuano - Vento frio que vem do sudoeste.
Olhar de revesgueio - Olhar atravessado.
Vivente - Indivíduo.
E tantas outras que podem encontrar AQUI.

Segue imagens de uma comida campeira feita no fogão a lenha. Espinhaço de carneiro frito. 








  Aipim frito e carreteiro de charque




Até a próxima se Deus quiser...

 Anajá Schmitz

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Jogo americano....



Olá queridos amigos! Espero que todos estejam bem e felizes. Ando meio atordoada nos afazeres. Essa vida no campo nos toma muito tempo. Pois tudo é feito por nós mesmos. Aqui mesmo que quiséssemos não encontraríamos ajuda nos afazeres da casa. Hoje em dia não há mão de obra. Temos que faxinar, cortar grama, pintar e ainda construir nossa casa. E sempre temos tantos planos, a lista só cresce. hahaha
Essa linda arte que aprendi a fazer me enche de alegria. Que coisa mais rica, emendar panos e bordar e no final ver uma obra pronta. Eu sento e fico horas admirando e não acredito, que fui eu que fiz. Como a criatividade aparece quando se pratica.






Até a próxima se Deus quiser...

 Anajá Schmitz