A 1ª morada
Dom Oralvino e Dna Leocádia foram morar num tipo de casa comum aqui na região, aos recém casados da época. Ou seja, um Rancho de Torrão (blocos de terra com um lado gramado, medindo aproximadamente 40 x 30 x 30 cm.) sobrepostos com o lado gramado para baixo, compunham as paredes, as madeiras de eucaliptos e as ripas de taquara (bambu). A cobertura era de capim Santa Fé. As paredes se rebocavam com as mãos com barro (argila) Torrão e capim davam um isolamento térmico fantástico, fresquinho no verão e quentinho no inverno. Essa casa tinha somente dois cômodos. Quarto e cozinha. O assoalho era de chão batido (argila). Contava minha mãe que fogão a lenha só possuíam os fazendeiros e algum arremediado o que equivaleria a classe média, muito rara. O fogão quatro bocas do povão, era uns arames amarrados nos caibros com um gancho na ponta onde se penduravam as panelas de ferro. Com o fogo feito com lenha em baixo. Os muitos pobres que não tinham eucaliptos perto nem mato queimavam ramos de ervas campeiras e principalmente Esterco Seco (vulgar bosta de vaca). Todo moço para casar tinha que saber fazer seu rancho de capim e torrão. Há pouco tempo, minha irmã mais velha me contou, que eu nasci nesse rancho. O que me deixou cheio de orgulho. O Casal tinha um sonho. Trabalhar duro e comprar um pedaço de campo. Aliás, toda a Cordeirada era composta de pequenos proprietários de 10 a 60 hectares de terra. Papai era o mais forte, pois chegou a 86 hectares, com 100 bovinos, sete cavalos, em torno de 100 ovelhas.
Imagens da campanha, Santana do Livramento. Essa são as terra que nasceu a família Cordeiro.
Nelcy CordeiroNa próxima sexta-feira, segue mais recordações de um doble chapa.
Até a próxima se Deus quiser...
Anajá Schmitz