quarta-feira, 14 de maio de 2014

Acolchoado de lã




Quando se fala em Brasil, os estrangeiros pensam que todo o país é quente. Ledo engano. No Rio grande do Sul faz muito frio e as vezes até cai neve. Passamos pelas quatro estações, muitas vezes em uma única semana. Com a proximidade do inverno já começamos a “asolar” as cobertas de cama e os acolchoados de lã de carneiro, estes, são os meus preferidos para esquentar as noites frias. Toda casa de um gaúcho campeiro tem acolchoado de lã de carneiro. Antigamente eram mais usados, atualmente, estão sendo substituídos pelos cobertores térmicos. Mas eu ainda mantenho a tradição e uso inverno e verão. Está sempre ao alcance nas noites mais frescas.



Esses acolchoados até hoje se fazem de forma artesanal. Para trabalhar a lã, as mulheres da casa é que tinham toda prática na arte de produção. Enquanto os homens faziam a tosquia das ovelhas, elas se preparavam para por mãos a obra. O primeiro passo era lavar a lã. Depois se cardavam, processo em que a lã era desfiada. Essa é a parte mais trabalhosa. Depois vinha a montagem e costura do cobertor.








Fonte

Esse é a ferramenta de cardar a lã. Minha tia Donana, era quem fazia os acolchoados para toda família. Para nós quando crianças, o dia que ela nos permitia ajudar era uma festa.
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Acolchoado Velho

Os Mateadores


Hoje eu deitei mais cedo, estava louco de frio
Era sete hora e pico quando o sol se sumiu
A tarde caiu o silêncio, a noite não era escura
Eu encostado na velha, baixou a temperatura
Te vira acolchoado velho que o meu pé não esquentou
E a velha tá reclamando que o pé dela gelou
E nesta noite de geada me deu pena da muié
Tremendo o queixo me disse, me bota o ferro no pé
É o ferro de passar roupa, vê se me alcança de lá
Por que o acoLchoado velho tá deixando a desejar
Te vira acolchoado velho que o meu pé não esquentou
E a velha tá reclamando que o pé dela gelou
Até a próxima se Deus quiser...
 Anajá Schmitz