Na visita a Canela, o Alfredo foi participar do encontro anual da FEDERASUL. Neste encontro houve diversas palestras, entre todas, para o meu gosto, a mais esperada foi a do escritor e colunistas Fabrício Carpinejar, ele é um poeta, jornalista e professor universitário aqui do sul, tem diversos livros publicados e também é muito reconhecido por seus blogs.
Nesta palestra ele falou sobre os relacionamentos, uma ótima palestra sobre a importância do ouvir o próximo. Ninguém quer ouvir ninguém. Ele falou uma grande verdade, como está difícil encontrarmos alguém que nos escute, todos querem falar ao mesmo tempo, é uma guerra de palavras. Salve-se quem puder.
Este jovem rapaz, a seu modo, tentar ajudar a preservar e tornar mais forte os relacionamentos humanos. Um homem que ama e se orgulha de sua família, ele coloca sua esposa como a joia mais rara do mundo. Uma pessoa a ser imitada.
Meu maior medo é viver sozinho e não
ter fé para receber um mundo diferente e não ter paz para se despedir. Meu
maior medo é almoçar sozinho, jantar sozinho e me esforçar em me manter ocupado
para não provocar compaixão dos garçons. Meu maior medo é ajudar as pessoas
porque não sei me ajudar. Meu maior medo é desperdiçar espaço em uma cama de
casal, sem acordar durante a chuva mais revolta, sem adormecer diante da chuva
mais branda. Meu maior medo é a necessidade de ligar a tevê enquanto tomo
banho. Meu maior medo é conversar com o rádio em engarrafamento. Meu maior medo
é enfrentar um final de semana sozinho depois de ouvir os programas de meus
colegas de trabalho. Meu maior medo é a segunda-feira e me calar para não
parecer estranho e anti-social. Meu maior medo é escavar a noite para encontrar
um par e voltar mais solteiro do que antes. Meu maior medo é não conseguir
acabar uma cerveja sozinho. Meu maior medo é a indecisão ao escolher um
presente para mim. Meu maior medo é a expectativa de dar certo na família, que
não me deixa ao menos dar errado. Meu maior medo é escutar uma música, entender
a letra e faltar uma companhia para concordar comigo. Meu maior medo é que a
metade do rosto que apanho com a mão seja convencida a partir com a metade do
rosto que não alcanço. Meu maior medo é escrever para não pensar.
(trecho de Pais e filhos maridos e esposas II)
Fabrício Carpinejar
Tenham um ótimo dia...
Anajá Schmitz